segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O Português Ararense e a Linguagem Universal.


Uma semana e meia entre dois mundos. E ainda mal falo o idioma que vim aprender - o Arábe.


Muitas vezes, e cada vez mais (me parece) me deparo na situação que o fabuloso idioma internacional - o inglês - não ajuda.


Semana passada, fui dar uma passeada em Belém - lugar aonde Jesus nasceu. O tal lugar, é uma igreja extremamente curiosa. A história da tal igreja parece alguém tentando montar um castelo de areia num dia chuvoso. Primeiro se contruiu uma estrutura, daí veio uma chuva fina e desfigurou, daí se re-contruiu, daí veio um chuvareu mais poderoso. E etc etc. Favor interpretar a chuva como guerras, invasões, ataques de outros povos, outras religiões, em mais de 2000 anos de história. Isto faz com que a Igreja não tem forma, mas várias formas, vários materiais. Com certeza podemos dizer que é um teto, um teto que acolhe turistas de inúmeras partes do mundo, todos cristãos, mas também um grande numero de muçulmanos (não nos esquecemos que Jesus foi um importante profeta para os Muçulmanos).
Conversando com alguém, o dono de um restaurante em frente a igreja - aprendi que em 2002, militares Israelenses invadiram a cidade de Belém para procurar militantes Palestinos. Quando os militares cercaram a cidade, deixando os militantes sem lugar para fugir, esses, espertamente, foram se esconder na igreja - sabendo de sua santidade e importância para o mundo. Acuados, os militares não invadiram. 200 pessoas ficaram escondidas dentro da igreja durante quase 40 dias. Eventualmente, governos Europeus junto com grupos extremamente religiosos conseguiram negociar a saída dos Palestinos e o re-assentamento desses em outros países.


Mas voltando no idioma - percebi que em Belém, poucos falavam Inglês e qualquer outro idioma que arranho. No começo, e um pouco frustrado, lançava um inglês contra qualquer um que queria me comunicar. O ouvinte, nunca entendia.


Eventualmente, liguei o tão famoso "Ferre-se" (sou um cara educado demais).


Saí por aí conversando com meu Português interiorano para cima e para baixo, para comprar coisas, perguntar direções, e jogar conversa fora.


Incrivelmente: as pessoas me compreendiam.


Não quero parecer muito sociólogo, mas quando se fala um idioma que vem do coração - as pessoas entendem (ou interpretam) muito mais fácil que quando se fala um idioma que se estudou ou aprendeu.


Incrivelmente, acredito, as pessoas falam Ararense em Belém.

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